terça-feira, 18 de janeiro de 2011

CoMsentir

Vivia em fase incerta. Não conseguia abdicar de certos sonhos seus. Bem bobos, bem francos. Não conseguia abandonar uma esperança num futuro lindo. Um futuro onde problemas aparentemente insolucionáveis fazem parte do passado. Do seu passado difícil, que sabe-se lá por que não resultou no presente obscuro, proibido, marginal...



Destino (?)


Tudo tinha tudo pra dar errado. Difícil mesmo acreditar em algo que surge cheio de vírgulas, "se's", parênteses, parentes. Difícil acreditar quando tudo vem com a máscara do conselho: DESISTIR. Se desistir funcionasse não começaria com "DES".


Chegamos assim ao âmago da nossa questão, ao ápice da nossa história profundamente simples:


O que nos humaniza? O que move o ser humano? O que faz o indivíduo decidir que vai lutar?


É o que ele sente na hora de escolher entre o LUTAR, o TENTAR, o DESISTIR. É o que ele sente e é só o que ele sente. É o que não se explica. Sentimento não se traduz. Não é exato, não é físico (no máximo, somatizamos) nem comparável.


É bonito e quando forte, faz "milagre". Milagre é tornar o impossível possível. Nossa guerreira acredita.


"Nossa história vai ser linda!"

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Trecho do trecho do trecho

A noite foi difícil. O sonho, ininterrupto... Parecia uma grande ressaca, rebordosa... e dava um aperto tão grande no peito. Uma sensação de dor forte, penetrante, crispante. Incomodava mais ainda não saber sua origem. Era inexplicável e para ela aquilo não era seu, negava. Buscava lógica de novo, do jeito que doía só podia ser seu. Mas por quê acordava com aquela falta de ar? Olhava pro teto, olhos pretos vidrados. Levantava tonta, fraca. Sua tia já se acostumara e não tentava mais ajudar nesses momentos. Esperava se recuperar e enfim chegar na cozinha. O discurso era o mesmo: "Hoje foi daqueles, né?"
Nunca respondia. Sentava calada, bebia três goles de café e saía imediatamente. 

"Queria já poder pensar de outra forma e viver a tal vida que não vivo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Lenine é o que me interessa


Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem
Quem vai virar o jogo e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado só de quem me interessa

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Por trás do seu sossego, atraso o meu relógio
Acalmo a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussure em meu ouvido
Só o que me interessa

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa